segunda-feira, 31 de março de 2008

Tele-martírio


Rapaz...

Está ficando cada vez mais difícil de ser atendido e entendido por esse pessoal que trabalha em telemarketing. Se bem que, muitas vezes, a culpa não é do(a) operador(a), mas do sistema deficiente e precário que foi instalado para realizar o atendimento “eletrônico”.

O Zé, um amigo meu, ligou outro dia para um desses serviços de atendimento de uma prestadora de entregas:

- Dias & Dias Parado, boa tarde, Simone ramal 1313 às suas ordens!

- Boa tarde, eu estou com um probleminha. É uma encomenda que eu mandei através de vocês, lá pra meu primo Indalécio em Congonhas do Campo, interior de Minas.

- Pois não, senhor, qual é o problema?

- Bom, eu mandei pra ele quatro queijos bem embalados, conforme mandavam as instruções do seu folheto. E até agora ele não recebeu os queijos.

- E qual a data do envio, senhor?

- 12 de março...

- Puxa, faz tempo mesmo!

- ... de 2007!

- Como? O senhor enviou a encomenda no ano passado e ele ainda não recebeu?

- Pois é. Aliás, esta já é a décima terceira vez que ligo para vocês e cada hora me dão uma desculpa diferente. Ah, também acho que já falei com todas vocês aí do atendimento: a Rosângela, a Cristina, a Márcia, a Suzana...

- A Suzana não trabalha mais aqui.

- Que pena, passei mais de vinte minutos conversando com ela sobre molho de macarrão e queria até trocar algumas receitas de família que tenho. Você sabe o telefone dela?

- Não senhor. – desculpou-se a atendente.

- Bom, vamos ao que interessa. Onde você acha que colocaram meus queijos, isto é, os de meu primo, porque depois que eu mandei pra ele já podem ser considerados como dele.

- Bem, senhor – tentou se esquivar a moça, certa do tamanho da encrenca que tinha do outro lado da linha -, eu não sou a pessoa mais indicada para lhe responder a essa dúvida, mas...

- Não!!!

- Senhor!?

- Não, pelo amor de Deus! Não me mande de volta para o computador! Antes de você me atender eu passei 45 minutos escutando todas as mensagens da empresa, todas as musiquinhas e todas as promoções deste e dos próximos três meses!

- Mas senhor, eu preciso encaminhá-lo para o setor competente, para que suas dúvidas sejam esclarecidas.

- E qual dos vinte e três setores você acha que vai me esclarecer? Sim, porque eu conheço já de cor e salteado os nomes de todos os setores e seus respectivos responsáveis, por exemplo: tem o Mojica da expedição, o Moraes da embalagem, o Josias do transporte...

- Bem, senhor – vacilou mais uma vez a já temerosa Simone, que a essa altura devia estar olhando para os lados, em busca de socorro -, a situação está mesmo complicada...

- Alvíssaras! Alguém reconheceu afinal o óbvio! Você deve ser profeta, minha filha, pois o Nelson Rodrigues dizia que só os profetas enxergam o óbvio!

- Senhor me desculpe.

- Não tem do que se desculpar, eu sei que a culpa não é sua. Mas quando eu descobrir de quem é...

- Mas já faz tanto tempo desde essa remessa...

- Exatamente. Aliás, eu acho que meu primo vai ganhar gato por lebre.

- Como assim?

- É que eu mandei quatro queijos tipo parmesão, mas pela demora eu acho que ele vai receber é quatro gorgonzolas mesmo!

Simone não pôde segurar um risinho diante da piada do Zé.

- Pode rir, pode rir, minha filha, que já dizia o velho deitado: rir para não chorar.

Naquele pequeno instante de descontração, o Zé cometeu um erro fatal, pois Simone disparou à queima-roupa(ou a queima-fone):

- Acho que já sei quem pode ajudá-lo. Só um instante por favor.

- Nãããããããããoooooooooooo!!!!!! – ainda teve tempo de gritar o Zé, antes de ser enviado de volta para o limbo telefônico e para as mensagens pré-programadas do computador do auto-atendimento.

Zé me contou isso um mês depois do ocorrido.

- Pois é companheiro, caí no vácuo do telemarketing e desisti de ligar para eles.

- Mas e os queijos, Zé? Que fim será que levaram?

- Isso talvez nunca venhamos a saber, meu amigo. Talvez tenham feito a alegria de um bando de ratinhos órfãos, famintos e sozinhos, depois de perderem a mãe rata para algum gato faminto.

- Você dramático e teatral como sempre, hein, Zé?

- Fazer o que? Eu me consolo na fantasia para não chorar na realidade.

- E o seu primo? Ainda tem vontade de mandar algum queijo para ele?

- Não, eu fiz diferente. Entrei na internet, comprei duas dúzias dos mais variados queijos em uma rede grande de supermercados, com filial lá em Congonhas também, e dei o endereço da casa dele para a entrega.

- E ele recebeu?

- No dia seguinte. Ficou pasmo! Disse que era engano. Que apesar de ser mineiro, ele nunca compraria tanto queijo de uma vez só. Mas eu tinha deixado instruções para que dissessem quem foi que mandou e ele me ligou na mesma hora.

- Alô, Zé?

- Indalécio?

- Homem, você é maluco? Prá que tanto queijo? Parece até piada sobre mineiro!

- Bom, você lembra daqueles quatro queijos que eu disse que ia te mandar ainda no ano passado?

- Lembro sim. Achei que você tinha esquecido e nem me importei mais com isso.

- Pois é, eles renderam juros, graças à poupança chamada auto-atendimento?

- Come é que é?

- Deixa prá lá, primo. Bom proveito e não coma tudo de uma vez só, hein?

sexta-feira, 28 de março de 2008

Garçom amigo

“Bom é ser amigo do garçom”.

Faz muitos anos desde que ouvi essa afirmação pela primeira vez. Ao longo do tempo já a escutei em vários lugares e provavelmente esteja incorporada ao repertório da “sabedoria popular”.

Mas por que haveria de ser melhor ficar amigo do garçom? Não seria mais interessante ser amigo do dono do restaurante, bar, boteco etc? Perguntei isso certa vez a um amigo de boemia e ele me esclareceu:

- Ser amigo do dono só é vantagem pra fazer bonito pros seus amigos, pra dizer que tem status. Por outro lado, sendo amigo do garçom você tem aceso a privilégios que nem mesmo o dono poderia proporcionar, ao menos não de livre e espontânea vontade. Por exemplo, lá pelas tantas você pode ganhar uma porção extra de amendoim sem esperar, simplesmente porque o bar está meio vazio e o garçom, que é teu amigo, resolve fazer um agrado; A cerveja virá sempre estupidamente gelada para a sua mesa, já que o amigo garçom tem por hábito essa preocupação para com os mais chegados; Se você pedir um filé com fritas, ele provavelmente dará um toque no cozinheiro para caprichar na carne e na quantidade de fritas, sem contar que as batatas virão crocantes e a carne macia, o que é imprescindível.

Gostaria de reforçar aqui que, tão importante quanto ser amigo do garçom, é ser amigo do cozinheiro. Se não puder ser amigo do cozinheiro, pelo menos não crie inimizade com ele. Poucas pessoas neste mundo conseguem imaginar realmente o que pode acontecer ao seu pedido se você tiver irritado o cozinheiro. Nem é bom pensar.

Continuando com as vantagens da amizade com o garçom. Se você estiver sentado em uma mesa num lugar ruim do estabelecimento, seu amigo garçom certamente virá lhe avisar quando vagar uma num local que ele sabe que você gosta de ficar. Se por acaso o dono do bar é daqueles que “batiza” o uísque, ou coloca vodka vagabunda na garrafa da importada russa, o garçom vai lhe avisar do golpe a tempo, geralmente no pé do ouvido, como no “Poderoso Chefão”:

- Olha, não pede o Chivas dezoito anos não, que o Haroldo colocou Natu Nobilis no lugar. Pede o doze anos, que ainda é original.

Um amigo garçom é também uma fonte valiosíssima de informações sobre os outros freqüentadores, e também sobre o movimento daquele dia.

- João, você sabe se o Bruno e a Martinha passaram por aqui hoje?

- Vieram sim, ficaram cerca de uma hora e foram embora.

- E o Milton, deu as caras?

- Hoje ainda não. Olha, chegou há uns dez minutos aquela mulher que tava com você sábado passado aqui.

- A Silvinha?

- Não sei o nome, ela tem cabelo preto na altura dos ombros e usa óculos?

- Essa mesma. Valeu pelo aviso, João! Vou dar uma volta por aí e venho mais tarde, não quero topar com ela hoje. Até mais tarde.

- Até.

Sim, meus amigos, bom é ser amigo do pessoal que sabe o que acontece no circuito “underground”, nos bastidores, junto às “massas”, como dizia um amigo meu. O dono não costuma dar atenção a esses detalhes, está muito mais preocupado com o lucro e com o movimento geral da casa. Não que ele esteja errado, mas infelizmente acaba perdendo muita coisa legal e até muita coisa ilegal que acontece bem debaixo das barbas dele.

O que eu posso dizer para finalizar é o seguinte: se você quiser posar de importante, seja amigo do dono. Se quiser desfrutar dos privilégios da noite, seja amigo do garçom.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Ódios do cotidiano

Havia na revista MAD (que parou de ser publicada há alguns anos, mas dizem que vai voltar a ser) uma seção chamada “Você não odeia quando...”. Nesse caso, ódio tinha o sentido de chateação, não de algo que se detesta profundamente, com todas as forças, como a um inimigo mortal.

Eu lia e tentava colecionar a MAD, e, recordando dessa seção, resolvi criar minha própria listinha de coisas que acredito muitos devem “odiar” quando se vêem em tal situação.

Você não odeia quando...

...Enfia a mão no pote cheio de balas e pega justamente aquela quebrada, ou pior, pega só o papel vazio

... Volta no mercado para trocar aquela carne com validade vencida, só para descobrir que você é que tinha visto a data de validade errada?

... Precisa das unhas para abrir uma embalagem, justamente no dia em que cortou as unhas pela manhã?

...Espera vários dias para assistir aquele programa que você tanto quer ver na televisão, e justamente na hora seu vizinho chato bater na porta para uma visitinha de cortesia? Esse “ódio” é extensivo a amigos e parentes.

... Mosquitos, pernilongos, muriçocas, moscas etc etc etc, que somem como por mágica quando você pega o tubo de inseticida, e voltam quando você torna a guardá-lo?

... Escrever todo empolgado um texto bacana, e perder tudo numa queda de energia porque tinha esquecido de salvar o arquivo?

Eu poderia escrever várias páginas com todo tipo de “ódio” e encheção de saco que se pode presenciar na vida, mas sei que muita gente já escreveu sobre o assunto, além da seção da própria MAD que está voltando a ser publicada no Brasil.

Pra não reclamarem que só falo de coisas chatas, vamos inverter a polaridade e tentar encontrar coisas positivas no dia a dia. Afinal, você não adora quando...

... Aquele(a) chato(a) que te enche o saco toda vez que o time dele vence o seu, de repente fica murcho quando o time dele é rebaixado?

... Consegue sentar naquele lugarzinho favorito no bar que costuma ir pra happy-hour?

... Muda de caminho na volta para casa e descobre que escapou de um baita engarrafamento?

... Aquele programa que você perdeu por causa de um chato, é reprisado na semana seguinte e você finalmente consegue assistir?

... Aparece aquele amigo pra te dar uma carona justamente num dia de chuva, quando você está a pé e atrasado?

... Constata que seus esforços não foram em vão, na tentativa de perder peso, e você conseguiu alcançar seu objetivo?

... Descobre que a pessoa que vivia te enchendo o saco encontrou alguém muito mais chato pra perturbá-la.

Na condição de seres humanos, vivendo em sociedade e sujeitos às regras de comportamento da maioria dos semelhantes, é óbvio que todos estamos sujeitos a sofre e causar chateações, receber e proporcionar alegrias. Faz parte do jogo da vida, não é?

O que muita gente não percebe é que os níveis de chateação e alegria dependem também de nós, na medida em que damos mais ou menos importância àquilo que pode nos afetar positiva ou negativamente. O que para alguém é extremamente chato, para outro é só um pouco chato, ou pode ser até mesmo alegria para alguns.

Por isso, na próxima vez em que a vida lhe der limões, exija também cachaça e açúcar, e faça uma caipirinha!

quarta-feira, 26 de março de 2008

Duduu


- Duduu, vem cá! Duduu, não faz isso! Duduu, não “seje” teimoso! Duduu, não!

O ”Dudu” em questão é um bebê de 1 ano. A dona das exclamações é sua mãe, de 19 anos (mentalmente aparenta ter 10). Mais uma mãe despreparada para ter e cuidar de um filho.

Dia desses Dudu estava chorando e babando na cozinha. É normal bebês de um ano chorarem e babarem, pelo menos é o que tenho visto por aí. Sua mãe, que chamaremos daqui por diante de “a doida”, estava fazendo faxina na mesma cozinha e, após insistentes pedidos para que fosse atender o pequeno e ver qual o motivo do choro, ela, ao constatar a profusão de baba na boca do bebê, pegou sem constrangimento o pano de pia para limpar-lhe a pequena boca. A patroa, quando soube, deu uns gritos e repreendeu inconformada:

- Não se pega pano de pia para limpar a boca da criança! Você é doida?

A outra, agora constrangida:

- Ah não? É que na hora eu nem pensei, só queria limpar ele, pra parar de chorar. Esse menino chora demais.

- E vai chorar mais ainda se pegar uma doença desse pano nojento de pia! Onde já se viu?

Mas “a doida” era resistente à lógica das coisas e às noções mais básicas de higiene. Noutra ocasião Dudu estava mexendo n balde de água suja, no qual estava o pano de chão que ela tinha acabado de usar pra passar na casa toda. Depois Dudu pegou a mania de mexer na lata de lixo, que posteriormente foi tirada de seu alcance, não por iniciativa da mãe, mas da patroa, que ficava cada dia mais horrorizada com a incompetência da menina para cuidar do próprio filho.

- Duduu, não teime comigo! Eu mandei você ficar lá dentro, não mandei?

Depois de escutar algumas vezes ela falar assim com o pequeno, não me agüentei e resolvi dar uma dica.

- Fulana, Dudu entende isso que você está dizendo tão bem quanto os cachorros aí do canil. Ele não sabe distinguir as palavras ainda, nem sabe o significa ser teimoso. Aliás, com um ano ele basicamente entende as palavras “sim”, “não” e o tom da sua voz. Ele não vai adivinhar o que você está querendo dizer, nem o que é perigoso para ele. Você é que tem que ficar de olho e não deixar as coisas perigosas ao alcance dele.

- É, né? Eu vou fazer isso então.

Fazia naquele instante, depois não fazia mais. Era incrível a facilidade que “a doida” tinha de se distrair e deixar o filho aos cuidados do destino.

Com a piscina, então, nem é bom lembrar. Nosso maior medo era chegar lá qualquer hora e deparar com um pequeno cadáver boiando. O fogão era outro grande motivo de estresse, já que Dudu escapou várias vezes por um fio de fritar as mãozinhas na porta do forno. E com “a doida” cozinhando ali.

Eu apóio campanhas de planejamento familiar. Apóia todo método contraceptivo que seja oferecido legalmente e livremente pelo governo e pela medicina particular. Acredito com todas as forças que não se deve colocar uma criança no mundo sem que se esteja preparado(a) para cuidar dela.

Ter filhos não é uma obrigação, como ainda querem acreditar os de mente menos desenvolvida e algumas correntes religiosas. Ter filhos, hoje em dia, pode e deve ser uma opção consciente e racional, levando-se em conta todos os fatores inerentes à criação e desenvolvimento de um novo ser humano.

Imagino quantos “Dudus” por esse mundo a fora devam sofrer pela incompetência de mães sem o mínimo preparo e/ou vontade de criá-los.

Deus proteja os “Dudus”.

terça-feira, 25 de março de 2008

Os Biscateiros


Biscateiro, quebra-galho, pau-pra-toda- obra. Muitos termos, mas, na essência, um significado: aquele que vive de pequenos trabalhos, de pequenos ganhos. Definições mais completas no dicionário, por favor.

Acredito que todos nós já conhecemos algum desses ajudantes gerais de rua, que fazem todo ou quase todo tipo de serviço por uma pequena quantia em dinheiro. Confesso que enquanto morava no interior de São Paulo eu conhecia poucos, a maioria era “faquinha”, aquele pessoal que tira o mato das calçadas. Quando fui morar em Salvador conheci vários, muitos, dezenas deles. E comecei a reparar que, ao contrário de outras cidades pelas quais eu havia passado, fora da Bahia, havia mais biscateiros que mendigos/pedintes nas ruas. É como se lá em Salvador o “pessoal da rua” tivesse sacado que dá pra se virar melhor e ter uma imagem melhor perante a comunidade fazendo bicos do que pedindo esmola na cara dura.

Não dou esmola, pelo menos não se puder evitar. Em alguns casos, quando avalio que minha segurança pode depender da liberação ou não de algumas moedas, em um local que não conheço, prefiro sim perder uns centavos a me arriscar a perder muito mais logo adiante. Uma das características mais fortes do “povo da rua” é a comunicação boca a boca, sobretudo quando se trata de avisar que tem “turista” na área.

Parece-me que o forte dos biscateiros de Salvador é a lavagem de carros. Lavam na rua, na calçada, embaixo dos viadutos, em estacionamentos improvisados nos terrenos baldios. Há muitos lava-jato na capital baiana, talvez por isso esse paralelo entre os trabalhadores informais”.

Os guardadores de carros (flanelinhas) são tão numerosos quanto os lavadores, mas atuam de preferência em pontos mais rentáveis, como as imediações de shoppings, mercados, próximo ao porto e ao redor de restaurantes, boates e casas de eventos em geral.

Outro tipo de biscateiro bastante presente é o segurança eventual. Esse costuma ficar nas portas de salões de beleza, pequenos bares, bazares e mercadinhos, tomando conta das portas e mantendo a normalidade no comércio que lhe paga geralmente cinco ou dez reais por dia, dependendo do nível social da área e do tamanho do comércio.

Carregadores há em toda parte. Carregam de tudo para todos, o tempo todo. São especialmente úteis nos locais em que há ladeiras ou escadarias, algo extremamente comum em Salvador. Por um ou dois reais o morador se livra de carregar nas costas um botijão de gás cheio ou alguns móveis que estão chegando. Muitos carregadores usam carrinhos de mão, principalmente nas feiras, transportando as compras até a casa das donas de casa que, sozinhas, não conseguiriam levar tudo de uma só vez. Geralmente a corrida sai por um real, se for muito longe, dois. Já vi gente sendo transportada nesses carrinhos, mas isso é menos freqüente.

A relação de atividades dos biscateiros é enorme, portanto não vou alongar mais o texto, até porque se pode ver mais nas ruas do que nestas modestas linhas.

Os biscateiros fazem parte de nossa cultura há tanto tempo quanto os camelôs, acredito. Não sou sociólogo nem economista para debater sobre o certo ou errado dessas ocupações, mas, no meu entender, elas já estão arraigadas de tal forma no cotidiano que seria quase impossível imaginar a sociedade sem a presença dos biscateiros de plantão.