quinta-feira, 27 de março de 2008

Ódios do cotidiano

Havia na revista MAD (que parou de ser publicada há alguns anos, mas dizem que vai voltar a ser) uma seção chamada “Você não odeia quando...”. Nesse caso, ódio tinha o sentido de chateação, não de algo que se detesta profundamente, com todas as forças, como a um inimigo mortal.

Eu lia e tentava colecionar a MAD, e, recordando dessa seção, resolvi criar minha própria listinha de coisas que acredito muitos devem “odiar” quando se vêem em tal situação.

Você não odeia quando...

...Enfia a mão no pote cheio de balas e pega justamente aquela quebrada, ou pior, pega só o papel vazio

... Volta no mercado para trocar aquela carne com validade vencida, só para descobrir que você é que tinha visto a data de validade errada?

... Precisa das unhas para abrir uma embalagem, justamente no dia em que cortou as unhas pela manhã?

...Espera vários dias para assistir aquele programa que você tanto quer ver na televisão, e justamente na hora seu vizinho chato bater na porta para uma visitinha de cortesia? Esse “ódio” é extensivo a amigos e parentes.

... Mosquitos, pernilongos, muriçocas, moscas etc etc etc, que somem como por mágica quando você pega o tubo de inseticida, e voltam quando você torna a guardá-lo?

... Escrever todo empolgado um texto bacana, e perder tudo numa queda de energia porque tinha esquecido de salvar o arquivo?

Eu poderia escrever várias páginas com todo tipo de “ódio” e encheção de saco que se pode presenciar na vida, mas sei que muita gente já escreveu sobre o assunto, além da seção da própria MAD que está voltando a ser publicada no Brasil.

Pra não reclamarem que só falo de coisas chatas, vamos inverter a polaridade e tentar encontrar coisas positivas no dia a dia. Afinal, você não adora quando...

... Aquele(a) chato(a) que te enche o saco toda vez que o time dele vence o seu, de repente fica murcho quando o time dele é rebaixado?

... Consegue sentar naquele lugarzinho favorito no bar que costuma ir pra happy-hour?

... Muda de caminho na volta para casa e descobre que escapou de um baita engarrafamento?

... Aquele programa que você perdeu por causa de um chato, é reprisado na semana seguinte e você finalmente consegue assistir?

... Aparece aquele amigo pra te dar uma carona justamente num dia de chuva, quando você está a pé e atrasado?

... Constata que seus esforços não foram em vão, na tentativa de perder peso, e você conseguiu alcançar seu objetivo?

... Descobre que a pessoa que vivia te enchendo o saco encontrou alguém muito mais chato pra perturbá-la.

Na condição de seres humanos, vivendo em sociedade e sujeitos às regras de comportamento da maioria dos semelhantes, é óbvio que todos estamos sujeitos a sofre e causar chateações, receber e proporcionar alegrias. Faz parte do jogo da vida, não é?

O que muita gente não percebe é que os níveis de chateação e alegria dependem também de nós, na medida em que damos mais ou menos importância àquilo que pode nos afetar positiva ou negativamente. O que para alguém é extremamente chato, para outro é só um pouco chato, ou pode ser até mesmo alegria para alguns.

Por isso, na próxima vez em que a vida lhe der limões, exija também cachaça e açúcar, e faça uma caipirinha!

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