quinta-feira, 17 de abril de 2008

Comida

Recentemente assisti um pequeno documentário na TV, sobre comidas exóticas.

Cheguei à conclusão que a China é um excelente lugar pra jejuar. Sim, porque, segundo já haviam me dito uma vez, e o repórter mencionou na matéria, os chineses comem praticamente tudo que se mexa, voe, pule e rasteje. Acho que só não comem uns aos outros devido ao excesso de oferta no mercado. Como há muita variedade de outros seres vivos, os chineses podem se dar ao luxo de esnobar seus semelhantes na hora de compor o cardápio. Cá por estas bandas os Tupinambás (ou os Caetés, há controvérsias) comeram o bispo Sardinha, no século XVI. Mas bispos não deviam ser um prato muito recomendável, haja vista que só atingem esse posto na hierarquia eclesiástica quando já estão na casa dos cinqüenta anos, o que tornaria sua carne menos macia e palatável. Creio que os chineses também não apreciam os bispos na sua dieta.

A matéria mostrou comidas de outras partes do mundo, inclusive do Brasil. Em matéria de esquisitices, temos um belo representante, o tal de Turu, molusco com o qual se faz um caldo, prato típico da ilha de Marajó, no norte do país. Mas seguramente não podemos nos comparar com a China, Tailândia, Coréia ou outros países do oriente, desde o médio até o extremo. Por aquelas bandas se come de tudo, o tempo todo. Vi farofa de larvas com formigas vivas, escorpiões no espeto, gafanhotos (uma das iguarias consumidas por velhos profetas da bíblia cristã, como Elias e João Batista), larvas de bicho-da-seda, sushi de carne de cavalo... Aliás, um amigo que já comeu carne de cavalo corroborou a opinião da repórter, afirmando que se trata de uma carne mais macia que a de vaca. Talvez um dia eu prove, mas assada, não crua como os japoneses adaptaram.

Saindo da área dos exóticos e entrando na dos pratos “comuns”, ainda hoje há comidas que evito e não tenho a menor vergonha de recusar: fígado, jiló e dobradinha. Não gosto, não como, não tenho vontade de provar em lugar nenhum, por mais diferente e apetitosa que seja a versão de receita. Meu limite é o sarapatel e, mesmo assim, só se eu estiver vendo o preparo.

Cada dia que avançamos no futuro parece que comemos pior. A tal de “fast food”, mais que uma opção, quase uma obrigação nas metrópoles e grandes centros comerciais e industriais, vai entupindo lentamente nossos organismos com gordura saturada da pior espécie, aquela que gruda nas paredes das artérias e dá um trabalhão pra desgrudar. Pior é quando a gordura miserável fecha a passagem do sangue, aí é infarto fulminante. Posso até não ser um exemplo de consumidor consciente em matéria de alimentos saudáveis, mas estou longe de consumir os “big macs” e “combinados” da moda. Se por um lado não como tão bem quanto deveria, por outro dou uma balanceada com maças, bananas e um pouco de aveia, de vez em quando.

O que me intriga é o seguinte: a comida dos orientais pode ser exótica para nosso gosto, mas não se escuta muito falar em chineses com obesidade mórbida ou japoneses balofos (salvo os lutadores de sumo). Acho que se colocarmos na balança, a dieta deles é mais saudável que a nossa.

Bom apetite.

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