sexta-feira, 25 de abril de 2008

O padre voador e outras notícias

O que será que leva um padre a sair voando pendurado por um monte de balões? Quebrar um recorde? A busca de um modo mais seguro de viajar, evitando as perigosas companhias aéreas e seus constantes acidentes? Pedir a bênção de Deus pessoalmente?

A versão oficial, segundo os noticiários seria a quebra de um recorde mundial. Não me lembro de algum padre no livro Guinness, talvez esse viesse a ser o primeiro. Viesse a ser não, venha a ser, porque ainda não acharam o padre (até hoje, quando escrevo esta) e pode ser que ele esteja vivo e tente de novo a façanha.

Independentemente do desfecho da aventura, o “povão” já inventou uma piada de humor negro para o padre. Teriam dito a ele que as criancinhas vão para o céu, por isso ele resolveu voar para ver se pegava um garotinho. Piada de mau gosto, mas compreensível em vista da crise que a igreja católica vive há tempos pelas denúncias de pedofilia. Na era da informação globalizada nada mais fica escondido por muito tempo.

E o Paraguai está querendo rever o acordo sobre a usina de Itaipu. Segundo o tratado firmado em 1973, o Paraguai poderia vender ao Brasil a energia que não consumisse. Essa venda tem sido feita há anos por valores bem abaixo do mercado. Não vou entrar em cálculos e explicações, mas pelo que pesquisei o Paraguai recebe cerca de US$3,00 (três dólares) por megawatt, quantia que motivou as discussões pelo aumento.

Diplomacias à parte, o que está parecendo há algum tempo, desde que o Evo Morales estatizou as refinarias da Petrobrás na Bolívia, é que os vizinhos do Brasil estão “acordando” para a oportunidade de tirar cada qual sua casquinha deste país, que, tal qual os gigantes dos contos de fadas, é grande e bobo. O que virá depois? Talvez acordemos um belo dia e percebamos que o Suriname nos tomou a Amazônia. Brincadeira, o Suriname não, mas tem um monte de gente por aí com poder de fogo interessado na nossa parte da floresta.

Ficando no país, mas mudando de assunto, essa história dos terremotos está pegando a gente d calças curtas. Acho que todo mundo até a minha geração aprendeu que no Brasil não havia terremotos. Provavelmente os terremotos não aconteciam por aqui com intensidade perceptível desde antes da chegada de Cabral, por isso essa crença estabelecida. Será que os índios têm lendas a respeito de terremotos em Pindorama? Alguém podia perguntar. Eu perguntaria, mas não conheço nenhum índio legítimo, apenas uns descendentes aculturados demais e desligados das tradições dos seus antepassados.

Até hoje nunca presenciei um terremoto. Esse último que ocorreu dia 22 parece ter sido o mais intenso ocorrido no país. Muita gente em São Paulo disse ter sentido os tremores. Perguntei a meu irmão, que mora a 190Km da capital, mas ele disse que não sentiu nada. Também tem muita gente dizendo isso e provavelmente há pontos do estado mais sensíveis que outros.

Certa vez alguém me disse que, infelizmente, temos que nos conformar com o “menos pior” nas situações de crise. O filho pegou o carro sem permissão e bateu? Conforme-se que pelo menos ele não morreu. Sua filha chegou da balada com o dia amanhecendo e completamente bêbada? Conforme-se de ter constatado depois que ela não está grávida. Aplicando o método no Brasil acho que temos que nos conformar por não haver vulcões ativos por aqui. Já bati três vezes na madeira, fique tranqüilo.

Pois é, meus amigos, como já cantava sabiamente Chico Buarque:

“Muita mutreta pra levar a situação
Que a gente vai levando de teimoso e de pirraça
E a gente vai tomando e também sem a cachaça
Ninguém segura esse rojão”.

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