sexta-feira, 11 de abril de 2008

Projeto da casa

A casa do vizinho está em reforma. Ou se referirem, há reformas na casa do vizinho. O fato é que vem muito pó para a nossa casa.

Desde pequeno escuto minha mãe dizer que “sente arrepios só de pensar em reformar a casa”. Pouco antes de eu completar dez anos, a casa onde morávamos passou por uma reforma completa, desde a troca de encanamento até as trincas nas paredes e parte elétrica. Não lembro bem como fizemos naqueles dias, para dormir, comer e tocar a rotina da forma mais normal possível, mas lembro muito bem do pó. Pó em tudo quanto era canto, em cima de tudo, embaixo de tudo, dentro e fora, por todos os lados.

Lembro que, depois de tudo acabado, levou várias semanas para nos livrarmos de todo aquele pó. Mesmo depois de várias faxinas ainda encontrávamos vestígios da reforma em algumas partes da casa. Naquela época eu não sofria de rinite e sinusite, além de passar metade do dia brincando na rua e a outra metade na escola, por isso provavelmente fui o menos “atingido” pelos efeitos da revolução no lar.

Um di quero construir a casa dos meus sonhos. Acho que a maioria das pessoas deseja isso. Primeiro, ter uma casa própria, sem pagar aluguel, depois, uma casa confortável e sob medida para seus moradores, que atenda bem às vontades de toda a família. Não sou arquiteto, nem sei projetar uma casa, mesmo se utilizar programas específicos para isso no computador. Mas pretendo fazer os esboços e deixar ao cargo de um bom engenheiro a tarefa de transformá-los em uma planta de verdade e numa casa de verdade.

Não tenho grandes ambições quanto à casa dos sonhos. Nada de extravagante nem exótico, mas alguns pequenos confortos que planejo há tempos. Gostaria de ter uma biblioteca, ou melhor, uma sala que fosse biblioteca e sala de música, um lugar no qual eu pudesse relaxar o corpo e descansar a mente das preocupações do dia a dia. Com um divã ou espreguiçadeira para que eu possa ler ou saborear um drinque e uns petiscos, enquanto ouço boa música ou assisto a um bom vídeo. Essa sala inda não está completa na minha imaginação, mas não tem problema, pois não estou com pressa, nem tenho dinheiro para fazer isso por enquanto.

Quero um quintal de bom tamanho, com uma parte gramada e uma parte com piso. Quero pelo menos uma árvore para fazer sombra no quintal, e pretendo me sentar nessa sombra para outros momentos de relax, quando não estiver na sala de música. No fundo do quintal é imprescindível uma área de lazer, um “barracãozinho” com churrasqueira de alvenaria, uma mesa grande e rústica, com dois bancos grandes, um de cada lado da mesa, estilo sítio do interior, aonde eu e meus convidados possamos comemorar as datas importantes, os aniversários e qualquer ocasião que proporcione um pretexto para assar algumas carnes e tomar algumas cervejas. Quero ter nessa área um freezer, o qual desejo manter sempre bem abastecido, com “loiras geladas” no ponto certo.

Voltando para dentro, quero ter um banheiro de bom tamanho, nem exagerado nem apertado como um closet. Antigamente eu sonhava em ter uma banheira de hidromassagem, mas não tenho tanta certeza disso já. Minha vida toda fui acostumado com banho de chuveiro e nas poucas vezes que tomei banho de banheira não senti tanta empolgação que pudesse motivar esse investimento. Acho que um sisteminha de sauna seria mais bem vindo.

Ainda não decidi onde colocarei o bar, se na sala comum ou na biblioteca. Acho que vou deixar na sala mesmo, para não misturar os ambientes. A biblioteca será um espaço mais particular, um espaço para relaxamento individual, já a sala é um ambiente coletivo e posso receber lá os amigos para bebericar uns drinques e jogar conversa fora. Isso nos dias de frio e chuva, porque nos dias de calor iremos para o fundo do quintal, desfrutar o conteúdo do freezer.

A cozinha ainda é uma incógnita. Não pensei ainda como seria a cozinha ideal para minha casa dos sonhos. Talvez eu pense em alguma coisa ou talvez deixe essa parte para a futura senhora Antonelli, se houver uma até lá.

A garagem também não está definida, mas em princípio não penso em algo para mais de dois carros, a não ser que faça uma daquelas garagens no fundo da casa, com um corredor comprido. Nesse caso caberiam uns quatro carros. O único item já definido é o portão automático. Antes eu não via muita utilidade nisso, mas hoje em dia, com a falta de segurança em toda parte, tornou-se um equipamento quase obrigatório. E que seja rápido, pra abrir e pra fechar.

Olhando de fora será um sobrado, talvez com sótão e porão, como nos filmes americanos. Um sótão para as bugigangas e um porão para os monstros das lendas urbanas. Piscina não tenho muita vontade. Dá um baita trabalho para manter bem cuidada, hoje percebo isso. Dependendo do local onde essa casa for construída, decidirei por ter ou não uma piscina. Se não fizer muito calor a maior parte do ano, não vale a pena. Ter uma piscina em Salvador ou Recife é ótimo, já em Campos do Jordão é meio esquisito.

Vou parando por aqui. Imaginar é bom, não custa nada. Já o preço dos materiais de construção, sobretudo a parte de acabamento, são de levar a gente à loucura.

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